Menina na frente de uma lousa fazendo alusão à inovação na educação

Inovação na educação: como fazer um projeto de escola inovadora

Comunicação escolar
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22/9/2023

As instituições de ensino deixaram de ser únicas detentoras do conhecimento, passando a integrar um espaço composto por indivíduos independentes, questionadores e proficientes. 

As mudanças comportamentais e de conhecimento das novas gerações estão transformando o processo de ensino-aprendizagem, gerando um novo desafio para o setor educacional: investimento em ações pedagógicas inovadoras.

Esse conceito de escolas inovadoras traz consigo a adoção de novas tecnologias, mas cresce fundamentado na criação e adaptação de alternativas efetivas para maximizar o potencial dos estudantes, focando principalmente no desenvolvimento integral do indivíduo na sociedade contemporânea.

Mas, como montar um projeto de inovação perfeito para a sua escola, e como saber quais projetos valem a pena ser priorizados? É isso que vamos ajudar você a fazer por meio das dicas abaixo!

O que são escolas inovadoras?

As escolas inovadoras são aquelas que apresentam abordagens empenhadas no desenvolvimento das competências e habilidades dos alunos em todas as suas dimensões formativas. 

Ou seja, são instituições de ensino que possuem práticas pedagógicas baseadas em oferecer uma aprendizagem integrada, contextualizada e dinâmica, preparando o estudante para a vida e para o mercado profissional.

Oferecer plataformas digitais para auxiliar no processo de aprendizagem do aluno, usar diferentes formas de aprendizado e muitas outras ideias fazem parte do cotidiano de escolas que buscam oferecer inovação aos seus alunos.

Mas, antes que isso aconteça, é necessário que a instituição desenvolva essas novidades por meio de um projeto de inovação consistente e, acima de tudo, adaptado à realidade da escola, de seus estudantes e de todas as partes envolvidas.

Como desenvolver projetos inovadores na escola?

O primeiro estágio para criar projetos inovadores no setor educacional é entender quais são os tipos de inovação e como utilizá-los conforme os desafios da instituição e do aprendizado dos estudantes. Os tipos de inovação na educação são:

Inovação pedagógica ou produto educacional: envolve o desenvolvimento de novos projetos relacionados à prática pedagógica, ao ensino e ao aprendizado;

Inovação de processos: trata das mudanças nos fluxos, métodos e processos e desenvolvimento de novos processos dirigidos à eficiência ou formas únicas de produção ou entrega do serviço educacional;

Inovação organizacional: congrega as iniciativas voltadas à reestruturação de recursos humanos e ativos relacionados à gestão de mudança, transformação cultural e capacitação.

Tendo em vista essas três abordagens da inovação, a próxima etapa para a liderança escolar é identificar os desafios ou problemas relacionados a elas e que são vivenciados pela escola.

Por exemplo, a instituição pode identificar que a proficiência em Matemática é um problema relacionado à inovação pedagógica, ou que o processo formação/qualificação de professores exige mudanças incrementais por causa da necessidade do desenvolvimento de novas habilidades impostas pelo ensino remoto.

Alguns exemplos de questionamentos que a escola pode se fazer a respeito dos problemas:

  • Que problema você está buscando responder e por que ele é importante?
  • Para quem isso é um problema?
  • Quais fatores culturais/sociais influenciam neste problema?
  • Que evidências indicam que esse problema vale o investimento?
  • É possível analisar este problema a partir de outro ponto de vista?

Pode ser preciso combinar mais um tipo de inovação para resolver certo problema ou desafio. Vamos considerar um caso em que a implantação do aprendizado se dá por projetos. Pode ser que a escola identifique que é necessário desenvolver ou contratar uma nova solução tecnológica para garantir o aprendizado por projetos em ambiente online.

Isso exigirá, por sua vez, a qualificação de docentes, mudanças estruturais na organização dos estudantes no ambiente virtual e a contratação de tutores. Perceba que, aqui, considera-se os três tipos de inovação: pedagógica, de processos e organizacional.

Em outras palavras, a instituição deve analisar quais são os objetivos mais importantes relacionados à inovação escolar e estabelecer um planejamento que permita a concretização desta transformação.

A priorização de determinados projetos vai depender de muitas variáveis da escola, como orçamento, disponibilidade de pessoal, possibilidade de aplicação, consentimento dos responsáveis etc. Entretanto, há alguns questionamentos que podem ser levantados para ajudar nesta escolha:

  • Qual é a viabilidade financeira e logística deste projeto?
  • Quantas pessoas ele beneficiará?
  • Quais benefícios ele trará para os envolvidos?
  • É projeto interdisciplinar e que pode envolver diversas disciplinas e saberes?

Como adotar a inovação na educação

Se antes a inovação no contexto escolar estava diretamente relacionada à aceitação dos aparelhos tecnológicos, hoje esse conceito tem mais a ver com a geração de novas vivências e possibilidades de aprendizado. 

Para se tornar uma escola inovadora, é preciso investir nas ferramentas apropriadas e em programas integrativos, visando despertar um estímulo constante das competências do aluno, sem esquecer do importante papel dos docentes e pais nesse ambiente participativo. Confira algumas formas de implementar uma educação inovadora na escola.

‍1. O aluno como protagonista

Uma escola inovadora precisa incentivar o aluno a tomar iniciativas na construção do processo de aprendizado, estimulando as crianças e os jovens na busca por informação e conhecimento a partir de suas próprias ações.

2. Práticas pedagógicas personalizadas

Nesse formato educacional, o professor assume um papel ainda mais importante na jornada de aprendizagem, atuando como um mediador e facilitador do conhecimento e do autodesenvolvimento dos alunos. Assim, é necessário capacitar e empoderar esses docentes para que sejam capazes de identificar e planejar ações pedagógicas personalizadas para os diferentes tipos de inteligência e ritmo de aprendizado.

3. A tecnologia como aliada

A utilização de tecnologias para aprimorar a educação oferece inúmeras possibilidades dentro e fora da sala de aula. O uso de algumas ferramentas são essenciais para o pleno funcionamento da instituição, servindo como facilitador no processo de gestão e aprendizagem, e ampliando a gama de atividades de acordo com a individualidade de cada aluno.

Contudo, a inclusão da tecnologia na educação não deve ser considerada uma metodologia ímpar para preparar o estudante para o futuro. Para Vahid Sherafat, cofundador da ClassApp, uma escola inovadora tem suas necessidades e objetivos muito claros, buscando soluções que atendam efetivamente suas demandas e facilitem o acompanhamento dos resultados de forma mais próxima.

“O atalho de se comprar tecnologia, para evitar investir na capacitação dos profissionais, pode não ser efetivo no processo de desenvolvimento de habilidades e transformação em uma escola inovadora. O melhor caminho é aliar as ferramentas utilizadas no processo pedagógico às necessidades da escola, dos professores e, principalmente, dos pais e alunos”, completou Vahid.

Ou seja, a escola deve avaliar os recursos empregados em seus métodos pela qualidade e eficiência na entrega de resultados, não por ser apenas um facilitador de atividades, sem esquecer que o processo de inovação educacional é construído e aperfeiçoado, sobretudo, por pessoas para outras pessoas.

O que não pode faltar em um bom projeto de inovação escolar?

Um bom projeto de inovação precisa, sobretudo, de organização. E isso significa atuar por meio de diferentes abordagens, que separamos aqui nos seguintes pilares:

Agilidade: adote metodologias que tornem o trabalho mais rápido e produtivo. Por exemplo, em vez de conceber o projeto apenas em atividades grandes, quebre essas atividades grandes em tarefas menores e acionáveis;

Comunicação: estabeleça uma linguagem clara, comunique constantemente o andamento do projeto e engaje os interessados. Mantenha um canal de comunicação aberto e ofereça e peça feedback;

Empatia: procure pôr em prática a capacidade de se colocar no lugar do outro e sentir a dor/necessidade, sem aferir qualquer julgamento pessoal. Neste caso, escutar mais do que falar é uma boa prática;

Investigação e curiosidade: identifique os problemas por meio de pesquisas com o público. No caso das instituições, as pesquisas devem ser realizadas com o público que sente a dificuldade/dor, que pode ser o corpo administrativo, o estudante, os professores ou os responsáveis. As entregas devem se basear sempre em dados e evidências;

Parcerias: opte pelas parcerias certas para o seu projeto de inovação. Evite fazer tudo sozinho; há empresas e pessoas com mais competências e habilidades que você em determinadas aplicações e contextos;

Planejamento: determine indicadores, metas e objetivos com clareza;

Prestação de contas: sempre preste contas do projeto aos interessados e à comunidade. Adote medidas éticas e transparentes que possibilitem às pessoas acompanharem os resultados de forma idônea.

Gostou desse conteúdo?

A adoção das dicas fornecidas neste artigo é uma maneira de conquistar o compromisso das pessoas com a inovação na educação e mantê-las engajadas ao longo do projeto.

Esperamos que este post ajude a sua instituição a repensar o desenvolvimento de um projeto de inovação adaptado e específico para sua escola, seu público-alvo e sua comunidade!

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