A comunicação não-violenta é uma abordagem promissora para lidar com momentos de indisciplina nas escolas por abrir mão de ações exclusivamente punitivas e incluir uma abordagem de compreensão. Para isso, uma estrutura de quatro etapas pode ser utilizada:
1 – Observação
Ao invés de acusar o aluno de alguma atitude inapropriada e submetê-lo a uma situação constrangedora, a comunicação não-violenta sugere que o comportamento seja apenas observado.
Ex: Eu notei que você não fez os exercícios propostos para a aula de hoje.
Ou seja, dessa forma, você se abre para o diálogo, ao invés de começar a conversa com julgamentos.
2 – Sentimentos
Aqui, novamente, abre-se mão de ameaças. O professor pode trocar o “você vai tirar um zero no trabalho” por um “Eu me sinto preocupado.”
3 – Necessidades
Todas as partes envolvidas na comunicação possuem necessidades próprias, que precisam ser manifestadas para uma comunicação sincera.
O professor pode, então, revelar que sua necessidade é garantir as melhores oportunidades de aprendizagem para os alunos e assegurar que eles tomem proveito delas. “Eu me sinto preocupado, porque valorizo sua oportunidade de aprender”
4 – Pedir
Pedir por pedir, sem fazer com que a outra parte entenda de forma empática o que há por trás do pedido, pode resultar em frustração tanto da parte que se decepciona com o pedido não atendido quanto da parte que não entende porque precisa fazer algo pelo outro, especialmente quando é algo desagradável.
Mas com o contexto, os sentimentos e a clareza da comunicação, as chances de sucesso são maiores.
Aqui, novamente, o professor pode deixar de lado as acusações e o tom de ameaça e optar por perguntar de forma empática “Você gostaria de me falar por que você não fez os exercícios?”.
A resposta nem sempre vai ser a desejada e essa estratégia pode não render um resultado imediato após a primeira abordagem.
No entanto, é essencial que o professor crie um espaço livre e aberto para que o aluno se sinta confortável em falar.
Caso ele opte por não responder diretamente no momento em que é questionado o porquê de não ter feito tal atividade, o professor pode abrir a porta para que, mais tarde ou em outra situação, ele sinta que pode abrir o jogo e baixar a guarda.
Dessa forma, cria-se confiança e a relação vai melhorando aos poucos, assim como o desejo das duas partes de cederem e de respeitarem os pedidos uns dos outros.