Se ter um smartphone ou tablet em sala de aula é tudo que você sabe sobre a tecnologia na educação, você já pode se atualizar sobre o assunto.
A tecnologia está mesmo mudando muita coisa. E cada vez mais rápido. Isso é fácil de perceber até mesmo em nossa vida. Lembra como nos comunicávamos há 5 anos? Há 10? Há 15? Há diferenças expressivas entre essas épocas.
Para o futuro, a inteligência artificial gera ainda expectativas enigmáticas. Quais empregos serão extintos? Como ficará a função do professor? Como será a escola do futuro?
Há 100 anos, as pessoas chegavam à sala de aula, sentavam enfileirados e ouviam o professor ensinar.
Há 30 anos, a mesma coisa.
Se tivéssemos uma máquina do tempo, e trouxéssemos alguém de outra geração para o presente, esse indivíduo ficaria perdido em meio a tantas mudanças.
No entanto, se essa pessoa do passado fosse transportada a uma sala de aula no presente, acharia tudo normal, brinca Joel Handler, em sua palestra no Ted Talks.
Nem mesmo os melhores especialistas em educação e tecnologia têm respostas objetivas sobre o real futuro da tecnologia na educação.
Mas neste artigo vamos procurar te atualizar sobre algumas perspectivas e possibilidades que a tecnologia oferece atualmente.
Enquanto caminhamos para um mundo cada vez mais conectado, analistas da indústria acreditam que o uso da inteligência artificial deve crescer 45% até 2021, como afirma o site Technavio.
O papel da Inteligência Artificial (AI – Sigla em inglês )não está mais limitada a aspectos de reconhecimento de fala, solução de problemas e planejamento.
A AI facilita a automação de tarefas, como a classificação dos alunos, a comunicação, a inclusão de conteúdos no currículo e na personalização do processo de ensino.
Plataformas como o Khan Academy, Corsera e Duolingo já permitem aos alunos no mundo inteiro aprimorarem seu conhecimento e habilidades usando essa tecnologia.
Um relatório publicado pelo um grupo editorial britânico Pearson mostra como a AI pode transformar positivamente a educação nos próximos anos.
No estudo, eles admitem a dificuldade em definir o termo, pela sua imensa interdisciplinaridade.
Antropologistas, cientistas da computação, filósofos, especialistas em linguagem, psicologia e neurociência, todos estes contribuem para a AI trazendo sua própria perspectiva.
Eles definem AI como sistemas de computador integrados projetados para interagir com o mundo por meio de capacidades (percepção visual e conhecimento) e comportamentos inteligentes.
Ou seja, esses sistemas são capazes de avaliar as informações disponíveis e em seguida tomar a decisão mais sensata para atingir determinado objetivo.
Trazendo um exemplo prático amplamente discutido no mundo real: um carro autônomo, dirigido pela inteligência artificial, se desloca em direção a duas crianças que caminham na rua.
As únicas decisões a serem tomadas – pela máquina que dirige o carro – são:
Qual decisão deve ser tomada?
O exemplo ajuda a dar uma dimensão da parte mais complicada da AI, e que pode ser discutida nas escolas.
Voltando a relacionar diretamente à educação, neste artigo do Site Porvir citam uma variedade de ferramentas de realidade artificial, como HoloLens, Microsoft, Oculus Rift, ou Google Expedition estão transformando aulas tradicionais em experiências de significado do mundo real.
Imagina uma sala de aula cheia de estudantes assistindo aos dinossauros, caminhando ao redor deles, ou aterrissando na lua como astronautas?
O potencial de ensino e aprendizado passa a ser muito maior, e vai além disso.
Segundo Ana Penido, diretora do Instituto Inspirare, no especial de tecnologia na escola no Porvir, há diferentes maneiras de se explorar a tecnologia no ambiente de ensino.
Primeiro, ela permite equidade. Ou seja, em qualquer lugar do planeta, onde seja possível o acesso à internet, as pessoas têm acesso às mesmas ferramentas.
Mesmo que a sua escola não tenha todos os recursos que outras maiores, com criatividade os alunos poderão usufruir do melhor do conhecimento e se desenvolverem.
Segundo, a tecnologia permite uma imensa personalização. Sabemos que existem diferentes tipos de aprendizado. Há alunos que se saem melhor com jogos, videoaulas, livros, podcasts, e por aí vai.
Há empresas que dão para as escolas diagnósticos do que cada aluno pode melhorar. Assim a escola – e as famílias – podem ter informações individualizadas.
Terceiro, a qualidade do ensino pode ser melhorada. Porque a tecnologia oferece recursos digitais dinâmicos e interativos que ajudam o estudante a entender e a aplicar o conhecimento. E que também ajudam o educador a realizar um melhor trabalho.
Além disso, com a tecnologia todos podem mais facilmente se manterem atualizados e preparados para o futuro.
Ana ainda fala do Ensino Híbrido, ou seja, mesclar estratégias online e offline. O educador cria a estratégia onde os alunos usam games, plataformas, experimenta projetos, trabalha em grupo, faz mentoria, a mistura de todos estes elementos é garantia de sucesso na escola.
Além disso, ao falar da tecnologia na educação, é importante lembrarmos isto que vai muito além de substituir a lousa pelo quadro digital, ou a aula convencional pela videoaula.
A tecnologia não substitui o professor, apenas dá mais poder a eles para que possam automatizar tarefas de rotina (como corrigir provas, comunicação com os pais, etc) e ter mais tempo para planejar aulas e mediar o aprendizado dos estudantes.
Realidade Virtual é uma tecnologia de interface capaz de enganar os sentidos de um usuário, por meio de um ambiente virtual, criado a partir de um sistema computacional.
Ao induzir efeitos visuais, sonoros e até táteis, a realidade virtual permite a imersão completa em um ambiente simulado, com ou sem interação do usuário, como define o site Techtudo, referência em tecnologia.
No Brasil, a realidade virtual vai aos poucos se difundindo no sistema de ensino. A iniciativas do Google Expeditions chegou a mais de 100 escolas no país.
A realidade virtual oferece novas possibilidades para um melhor planejamento pedagógico, para uma melhor formação do professor, maior interdisciplinaridade, entre outros benefícios.
Saiba mais sobre o assunto neste artigo.
Gamificação é a possibilidade de criar dinâmicas de jogos para engajar pessoas a resolverem problemas e melhorar aprendizados.
De uma forma lúdica e interativa, as escolas podem aproveitar a tecnologia para tornar o ambiente mais atrativo às crianças e jovens, e para que também eles aprendam melhor.
A gamificação é uma excelente estratégia para motivar os alunos e para os educadores saírem um pouco da rotina.
Veja este infográfico produzido pela Infogeekie.
Os dados são os ativos do século XXI. Tanto é que usamos as redes sociais e emails de graça e, em troca, as empresas bilionárias tem dados sobre quase toda humanidade.
Esses dados são vendidos aos anunciantes. E no futuro, serão ainda mais valiosos, porque eles serão ainda mais completos e robustos.
Os educadores devem então compreender a nova dinâmica da sociedade e buscar entender como os dados podem nos ajudar a encontrar soluções.
Saber usar os dados que temos de maneira inteligente é algo determinante para o presente e o futuro.
Ensinar e preparar os alunos para essa realidade também é algo fundamental.
Nos EUA, já existem ferramentas como D2L e Blackboard para ajudar as escolas nisso. Algo que em breve também deve existir no Brasil.
Milhares de escolas já abandonaram a agenda de papel para usar um aplicativo escolar.
A mudança não ocorre por acaso, afinal, a tecnologia permite um novo canal de diálogo.
Usando uma Agenda Digital o trabalho dos colaboradores é bastante otimizado, há mais tempo para compartilhar informações valiosas para a família. Usando o Diário de Turma, por exemplo.
Além disso, a escola tem o poder de avaliar a satisfação dos pais e realizar pesquisas para avaliar vários aspectos na relação família e escola, veja como neste Ebook.
Para o futuro, a tecnologia de comunicação escolar deve também evoluir. Existirão mais automações, o que permitirá uma personalização ainda maior das informações e conteúdos enviados.
Assim que a tecnologia avança e impacta em mudanças no sistema de educação, escolas devem gradualmente focar em ciência, tecnologia, engenharia e matemática.
As escolas têm ferramentas para prover um nível de educação mais alto para alunos começarem a programar e codificar, em sites como o Khan Academy.
No futuro, a maioria dos dados estarão na nuvem. Estes elementos serão direcionados a melhorar as habilidades sociais e emocionais dos alunos.
Fora de sala de aula, as ferramentas de colaboração serão muito importantes, ajudando estudantes e educadores.
Em uma experiência em uma Escola Piloto com o Google Education, nos EUA, Joel Handler conta no Ted Talks como identificou que o uso frequente de tecnologia por parte dos alunos e professora muda a postura deles na instituição de ensino.
Os professores, ao invés de falarem com os alunos enfileirados, como se a transferência de conhecimento fosse uma via de mão única, se tornam mediadores do conhecimento.
Passam a se desafiar, correr riscos, tentar novas coisas.
Os educadores passam a ajudar os alunos a encontrarem informações novas, fazer conexões e desafiá-los a crescerem.
Há também formas criativas de se usar tecnologia na educação.
Mesmo que a sua escola não tenha recursos tecnológicos avançados, pode usar o Google Maps para levar os alunos a lugares marcantes do mundo, como a Muralha da China, o Coliseu, entre outros.
Procure sempre no início do ano letivo planejar e buscar formas de explorar a tecnologia para potencializar os resultados da sua escola.
Sabemos o quanto a tecnologia na educação pode potencializar o trabalho de todos os profissionais e também pode ajudar no aprendizado.
No entanto, é necessário também mencionar o quanto é importante discutir o uso consciente das ferramentas tecnológicas.
As novidades vieram tão rápido que não tivemos nem tempo para nos adaptar. Elas simplesmente vão se incorporando à rotina e, obviamente, as crianças e jovens vão se envolvendo neste processo de maneira natural e até mais rápida.
Pesquisa da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), publicada em junho de 2017 pela revista científica “PLoS ONE, indicou que 43% dos alunos têm propensão a se tornar viciados no uso de smartphones. Entre estes, 35% são mesmo dependentes e utilizam o aparelho de forma excessiva.
Segundo especialistas, uso excessivo de smartphone pode ter consequências que incluem distúrbio de sono, dores de cabeça, dificuldade de concentração, além de prejudicar os relacionamentos.
Os números já são preocupantes com estudantes mais velhos. Agora, imagina entre os alunos que já nasceram na era do smartphone? A tendência é de uso excessivo é ainda maior. Veja mais neste artigo que produzimos sobre o que pode causar o uso excessivo de tecnologia.
É preciso discutir sobre o problema de excesso de uso de smartphones e computadores, e também procurar conscientizar os pais.
Se sua escola demonstra preocupação com a saúde mental dos estudantes, acaba conquistando ainda mais a confiança dos pais.
Mesmo os menos entusiastas com o maior uso da tecnologia na educação já admitem e sentem as mudanças que ela causa na sociedade, na forma como nos relacionamos e comunicamos.
É preciso ficar atento a todas as novidades tecnológicas e buscar formas de integrá-la ao cotidiano de acordo com os objetivos da sua instituição de ensino.
Em seu Best Seller “21 Lições pro Século XXI”, Yuval Harari, registra um grande conselho em relação ao futuro:
“O mais importante de tudo será a habilidade para lidar com mudanças, aprender coisas novas e preservar seu equilíbrio mental em situações que não lhe são familiares. Para poder acompanhar o mundo de 2050 você vai precisar não só inventar novas ideias e produtos – acima de tudo, vai precisar reinventar a você mesmo várias e várias vezes.”
Ter consciência disso para a nossa vida, e também para o modo como educamos, pode tornar tudo mais simples.
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