Como incentivar a leitura na escola: quatro pontos para adotar

Comunicação escolar
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Ler livros é um hábito que precisa ser incentivado diariamente e é algo que demanda um esforço, ainda que mínimo, para que a leitura esteja sempre presente no dia a dia. Formar leitores não é algo que acontece do dia para noite e, por isso, a escola acaba tendo um papel essencial para incentivar a leitura! 

"A escola deve ser o lugar potente de transformação e ampliação de repertório, para educadores e estudantes. A responsabilidade que esse coletivo tem nas mãos é enorme. A leitura, dos diferentes gêneros e nas diferentes linguagens, deve ser o ponto de partida para as construções de conhecimento", avalia a gestora pedagógica da Árvore, Leticia Reina.

A empresa, que transforma a educação por meio de soluções de leitura para escolas, reforça que os textos, sejam eles verbais, não verbais, imagéticos ou multissemióticos, têm que ser fontes de ensino e aprendizagem, nas diferentes áreas do conhecimento.

"A escola é esse espaço físico de encontro cotidiano, onde a leitura e a discussão sobre o que se lê deve estar presente em todos os corredores, salas de aula, reuniões de pais e sala dos professores", diz Leticia.

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Neste artigo, vamos apresentar quatro pontos para você levar em consideração para que sua escola incentive ainda mais o hábito da leitura. Confira:

Como deixar a leitura mais atrativa?

Educadores precisam enxergar a leitura como algo próximo do estudante e que faz parte do "hoje" das crianças e jovens. Quanto mais conexões os alunos fizerem com suas vidas, sentimentos e corpo, mais sentido vão conseguir atribuir ao que leem. 

Nesse sentido, é interessante apostar em leituras mais próximas dos estudantes, trazendo para a sala de aula textos reais e que circulam socialmente. Para Leticia Reina, essa estratégia traz conexão com os conceitos aprendidos em cada disciplina. 

"Se alunos aprendem melhor vendo vídeos, ouvindo áudios ou lendo textos escritos, que os educadores possam ser mediadores desses materiais, nas diferentes modalidades em que o conhecimento pode chegar", sugere.

Ainda que a leitura seja obrigatória em alguns casos, como os livros clássicos da literatura para os adolescentes em fase de vestibular, é possível adotar estratégias para o engajamento ao trazer linguagens já conhecidas e cotidianas da vida desses estudantes. 

"Se a proposta é ler um clássico de Machado de Assis, porque não começar vendo vídeos, imagens, documentários ou vendo obras de arte que conversavam com o contexto histórico daquela época? Trabalhar em parceria com professor de História, por exemplo, para saber sobre o que acontecia no Brasil no final do século XIX, e com quem o autor conversava ao escrever Dom Casmurro, pode ser um caminho para entender a vida do autor, e aproximar o estudante da obra", explica Leticia.

Na Árvore, o processo de gamificação da atividade é outra aposta para engajar ainda mais os alunos, associando a leitura de um livro com a diversão.

Com o módulo Floresta, por exemplo, os alunos recebem recompensa pela sua leitura e podem utilizá-la para salvar uma floresta desmatada, ou a partir de avatares e troféus.

Internet X Livros

Diante da competição com as redes sociais, games, YouTube, e tantas outras atividades que disputam a atenção dos alunos, como mostrar a importância dos livros para a nova geração?

A resposta pode parecer óbvia, mas a escola só consegue incentivar a leitura de livros levando as obras literárias para a sala de aula. Mas, a gestora pedagógica da Árvore apresenta o pulo do gato: é preciso criar diálogo dos livros com o YouTube, com o jogo e com as redes sociais. 

"A linguagem que se cria em um Instagram, TikTok ou vídeos de youtubers são estudadas para entreter e engajar. A escola, como um potente lugar de encontro e formação, deve estar atenta ao que acontece para além dos seus muros e salas e trazer essa linguagem para dentro do seu processo de construção", explica Leticia Reina.

O principal ponto é não tentar competir, mas sim ampliar o repertório dos alunos.

"É responsabilidade da escola trazer textos mais complexos para o aluno, mas é também ouvir o aluno sobre o que ele escuta hoje e o que torna esse conteúdo relevante. Por que não juntar essas potências para unir forças, no lugar de excluir ou hierarquizar?", questiona a especialista.

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A leitura fora do muro da escola: a família como incentivadora

A formação do estudante é um processo contínuo e coletivo, e responsabilidade de toda a sociedade. A gestora pedagógica da Árvore ressalta que escola e família, juntas, são responsáveis pela formação ética e cidadã de crianças e jovens. "Desse modo, trazer a família para escola, para que ela entenda como se dá a construção de conhecimento naquele espaço é fundamental", diz.

Nutrir um relacionamento próximo com a família, por meio de uma comunicação clara, é essencial para o sucesso da escola, já que esses dois agentes estarão trabalhando com o mesmo propósito: o de empoderar e formar estudantes preparados para lidar com os desafios do mundo.

A especialista Leticia Reina ainda sugere três atividades para envolver a família e mostrar os responsáveis a potencialidade da formação leitora:

  • Fazer grupos de pais leitores;
  • Compartilhar conquistas dos alunos;
  • Contar as histórias que são contadas em aula.

Sobre o choque entre as gerações, já que os pais cresceram rodeados apenas de livros físicos enquanto os filhos são nativos digitais e têm facilidade com conteúdos que circulam nessas plataformas, Leticia lembra da importância em não transformar os dois tipos de leitura em rivais.

"Essas múltiplas linguagens [livro físico e livro digital] têm que se complementar e formar leitores críticos. O fato de ser nativo digital não significa que o estudante saiba, por exemplo, discernir um fato de uma opinião, ou que saiba discernir uma notícia falsa ou, ainda, que saiba quem escreveu o poema que é narrado na rede social que ele curte", explicou a especialista.

Nesse sentido, torna-se papel da escola e também da família oferecer os diferentes textos, nas diferentes linguagens, que circulam em meios físicos e digitais, e propor essa reflexão sobre os temas, estilo e composição próprios de cada um.  

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O papel da coordenação para reforçar o hábito da leitura

Para além da leitura na sala de aula, incentivada pelos professores de cada disciplina, o hábito de ler um livro pode ser incentivado também pela coordenação e gestão pedagógica.

Para a especialista da Árvore, esses profissionais podem propor a leitura em voz alta de poesias, letras de música, trechos de romances, notícias e contos durante a reunião com professores. A ideia, segundo Leticia, é disparar discussões sobre situações didáticas, o que pode ser enriquecedor e servir de exemplo para os educadores. 

"Ter na escola momentos intencionais de resgatar com os professores o que foi a história deles enquanto leitores, qual a relação que cada um estabelece com os livros, filmes e músicas é também uma ação de incentivo. Esse resgate pode trazer várias possibilidades de reflexão sobre as escolhas didáticas de cada um", avalia.

Além de criar essa atividade junto aos professores, fortalecendo os vínculos com a equipe, pode ser interessante que a direção crie um sistema de indicação de leituras também para os pais e para os estudantes. Nesse aspecto, a escola pode enviar sugestões de livros por meio de comunicados escolares, trazendo uma obra para cada série escolar e outras para as famílias. 

Por meio do ClassApp, aplicativo de comunicação escolar, a coordenação pedagógica e a direção têm um canal exclusivo para manter essas conversas, criando um relacionamento ainda mais próximo de toda a comunidade escolar.

Assim, a direção atua ao incentivar a equipe escolar a adotar práticas pedagógicas que envolvam livros - e não somente dentro da aula de português e redação. 

Outra medida que pode ser adotada pela coordenação e direção para reforçar o papel da escola no incentivo à leitura é criar e manter uma biblioteca, com investimento na atualização de livros que atendam às expectativas dos alunos.

Quando o espaço físico é um limitador, uma dica é encontrar soluções tecnológicas de leitura, como o serviço oferecido pela Árvore. Alunos que têm acesso à plataforma leram, em média, 8,6 livros em 2021. 

Leticia Reina destaca que esse número é quase 4x a média nacional, já que de acordo com a pesquisa Retratos da Leitura os brasileiros leem, em média, 2,4 livros ao ano.

"Com a gamificação proposta, as indicações de leitura feitas pelos educadores, projetos e atividades, a leitura fica mais divertida e contextualizada", explica a especialista.

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