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Aulas pós-quarentena: Como está o cenário de retomada no mundo?

A pandemia causada pelo novo coronavírus virou de cabeça para baixo a rotina nas escolas de todo o mundo. Mas, depois de meses de portas fechadas e, quando possível, ensino remoto, diversos países estão retomando as aulas presenciais.

No entanto, para que o retorno ocorra de forma segura, diversas medidas estão sendo tomadas com o intuito de evitar o risco de exposição ao vírus. Entre elas, prevalecem o distanciamento social, a frequência diminuída e a higienização frequente dos espaços comuns, assim como a disponibilização de álcool gel em salas e corredores.

Ainda que a perspectiva de retorno às aulas esteja um pouco distante no Brasil, é interessante acompanhar as ações implementadas por outros países nesse processo e o resultado delas para, mais tarde, possivelmente aplicá-las aqui também. Os desafios não serão poucos. Dentre eles, o medo do contágio, comum tanto aos alunos quanto aos pais e professores. Outra questão diz respeito ao contato social, tão comum e natural a crianças, e a dificuldade de garantir que elas respeitem o distanciamento. E para lidar com a ansiedade dos pais, o que se pode fazer?

Entenda como alguns países que já retomaram as aulas ao redor do mundo vêm lidando com essas questões.

Em meio a controvérsias e discordâncias entre estados, professores e pais, as escolas alemãs reabriram em maio primeiro para os alunos do último ano, que se preparam para os exames admissionais das faculdades do país. Em alguns estados, os alunos fazem testes de Covid-19 disponibilizados pelo governo e, em caso de resultado seja negativo, ganham um adesivo verde que diz que podem circular e ir à escola.

Nem todas as escolas do país adotaram o teste. No geral, as regras determinam o uso de máscara nos corredores das escolas, que se tornaram vias de sentido único para diminuir o contato.

Além disso, os assentos foram demarcados para que, caso algum aluno seja diagnosticado com a Covid-19, seja possível saber quem esteve sentado perto dele.

Também há um reforço para conscientização a respeito do distanciamento social e as janelas permanecem sempre abertas para o ar circular.

Nas áreas comuns, o distanciamento de dois metros também é mantido

Vale lembrar que muitas escolas do país adotaram o ensino híbrido e vão equilibrar aulas remotas e aulas presenciais por alguns meses. O intuito do país é permitir o retorno completo às aulas depois do verão europeu, em agosto.

No país onde a pandemia começou, a maioria das escolas fechou em janeiro e só voltou a abrir ao implementar padrões altos de precaução e ao receberem a autorização de oficiais do governo.

As escolas começaram a reabrir em março nas cidades pequenas, que receberam primeiro os alunos dos últimos anos escolares que estão se preparando para exames de acesso ao ensino superior. Nas grandes cidades, o recomeço foi no final de abril. 

Em algumas províncias, o governo forneceu testes para detectar a Covid-19 nos alunos antes de permitirem que voltassem às salas de aulas.

Além disso, para reabrir, o uso de máscaras foi determinado como obrigatório, assim como o cumprimento das medidas do distanciamento social e a desinfecção de áreas comuns como lanchonetes e corredores

Em alguns lugares, os alunos precisaram se submeter a rigorosos procedimentos antes de pisar na escola, como medição da temperatura, desinfecção de mãos, calçados e roupas e troca de máscaras.

A temperatura dos alunos e professores das escolas também deve ser sempre medida diariamente quando há mais de 100 pessoas no campus da escola.

Na França, alunos do ensino infantil e dos primeiros anos do fundamental  retomaram as atividades escolares em maio em grande parte do país. O retorno ocorreu de forma parcial e com a regra de manter um distanciamento de quatro metros quadrados entre cada aluno.

Já os alunos de 11 a 15 anos só retornaram nas regiões onde o número de casos era baixo e, ainda assim, só eram permitidos 15 alunos por turma, o que significa que a frequência ainda estava longe do normal.

Até o começo de junho, as escolas registraram aproximadamente ¼ da frequência normal. 

No entanto, com os números de casos de Covid-19 diminuindo no país, as regras foram sendo suavizadas e, desde 22 de junho, as aulas retornaram por completo para alunos do ensino infantil e fundamental, que vão retomar a rotina durante duas semanas, até o recesso de verão, que começa em 4 de julho – medida controversa do governo Francês, que tomou a decisão defendendo que cada dia letivo é importante na vida dos alunos.

Durante o período de duas semanas, alunos terão que respeitar o distanciamento de 1 metro quadrado, medida que vai abrir espaço para mais estudantes em cada de aula. 

O governo da Nova Zelândia, entendendo que nem todos os pais se sentiam à vontade para mandar seus filhos de volta para a escola, implementou um sistema de transição entre a quarentena e o retorno às escolas.

O intuito é garantir não apenas a saúde física dos pais e dos alunos, mas também mental, já que o medo do contágio poderia se tornar um problema no longo prazo para muitas pessoas.

O processo de transição não é definido pelo governo, ficando a critério da escola, em conversa com os pais, definir o que funciona melhor. 

Oficialmente, as aulas retornaram em 15 de maio, com muita conversa sobre medidas de higiene a serem implementadas, janelas abertas e sem dar aos pais a permissão de acessar as instalações da escola. E, claro, com distanciamento social.

O país, que reabriu as escolas em abril primeiro para as crianças mais novas, implementou diversas medidas para diminuir os riscos de contaminação entre alunos, professores e familiares.

Uma das principais ações implementadas foi a formação de pequenos grupos de alunos, que mantêm o mínimo de contato com os outros grupos

Com 12 crianças em cada grupo, as escolas se programaram para que os horários de chegada na escola e das refeições sejam diferentes. Além disso, cada grupo tem seu próprio espaço nas áreas externas. O intuito é reduzir o contato, mas sem comprometer o andamento das aulas e da vida escolar.

Outra medida é priorizar, sempre que possível, aulas externas, ocupando o espaço em parques próximos, nos jardins das escolas. A ideia é evitar espaços fechados que aumentam a proliferação do vírus. Além disso, os alunos lavam as mãos e aplicam álcool gel com frequência ao longo do dia, porém, não é necessário usar máscaras.

No Brasil, o cenário da volta às aulas ainda é de incertezas depois de mais de três meses de quarentena. Na mídia, vê-se um embate entre políticos, especialistas em educação e epidemiologistas, que discutem o assunto ainda sem definição.

No entanto, ao que tudo indica, a volta às aulas deve ser regionalizada em cada estado, que deve optar pelo retorno de acordo com o quadro de casos de cada e recomendações das secretarias regionais de saúde. 

Alguns estados, como o Rio de Janeiro, já possuem planos de retomada das aulas nas creches públicas em julho.

No entanto, o cronograma vem sendo duramente criticado por autoridades em saúde e educação do estado e ainda pode mudar. 

Já em São Paulo, a previsão de retorno às aulas nas escolas públicas e privadas ficou para setembro. Segundo o governo do Estado, a proposta é que os alunos retornem com 35% da capacidade e adotando o sistema híbrido de ensino. 

No entanto, até lá, muita coisa pode mudar, já que a proposta de retomada está sofrendo críticas e até ameaças de greve por parte dos professores. 

Esperamos que este conteúdo ajude a sua escola a refletir e criar o planejamento estratégico de retorno às aulas com segurança!

Ariany Silva

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