Educação em Movimento

Como transformar crianças indisciplinadas em alunos engajados?

É, não podemos mentir, não temos aqui uma fórmula pronta para fazer com que as escolas mudem de uma hora para outra comportamentos das crianças indisciplinadas.

Não existem fórmulas mágicas. Mas isso não é exceção da educação. Sempre, quando falamos em excelência, falamos também em construir algo, com bases sólidas, e trabalho constante.

Logo, se o foco de uma escola é melhorar o desempenho das crianças indisciplinadas, ela deve ir construindo um novo padrão de hábito em cada uma de suas ações.

E desenvolvendo padrões, aos poucos, vai conseguir identificar resultados positivos. E certamente ela deve fazer isso em parceria com as famílias.

Afinal, são os pais os principais responsáveis pelo mal comportamento dentro de sala de aula. Então, uma comunicação eficiente com eles é obviamente imprescindível.

No entanto, as escolas não podem, de maneira alguma, achar que não têm nada a ver com isso. Pelo contrário, a questão emocional deve ganhar cada vez mais espaço na educação.

384 anos Antes de Cristo Aristóteles já dizia: “Educar a mente sem educar o coração não é educação”. Em sua escola, acreditam que estão levando este lema a sério? Claro, em casos de transgressões graves, o trabalho de psicólogos, entre outros profissionais, são os mais indicados.

Mas há algumas dicas que reunimos que certamente vão ajudar. Vamos discutir isso a seguir.

Educação para a vida, e não somente para uma carreira

Com o aumento no índice de depressão entre jovens, adolescentes e até adultos, a saúde emocional está, aos poucos, ganhando um pouco mais de espaço. Ao pensar em educação, pensamos muito sobre carreiras que as crianças vão seguir, e pouco sobre como elas podem desenvolver habilidades socioemocionais.

Quando temos situações com crianças indisciplinadas, temos ali um indivíduo que não está sendo educado para lidar com suas emoções e com a vida. Não é apenas uma questão de desvio na rota profissional, e sim dos próprios valores.

Para o psicólogo autor de vários Best-Sellers Augusto Cury, o sistema de ensino é falho, porque acredita que a pressão escolar, o excesso de informação e atividades está prejudicando as crianças.

Para ele, as crianças estão se tornando escravas da informação, não sobrando tempo para viver a infância. Ao focar unicamente o pensamento lógico, educadores deixam de lado totalmente o controle emocional.

Para Cury, a inteligência emocional não está inserida no código genético, e sim é aprendida.

Ou seja, os jovens podem aprender a pensar antes de reagir, a trabalhar as perdas e frustrações, a proteger a emoção, a gerenciar a ansiedade, a ser generoso e não ser autopunitivo.

Veja aqui como sua escola deve preparar os alunos para a vida, ao invés de focar apenas em testes padronizados. 

Crianças podem aprender a ter inteligência emocional. Foto: Reprodução.

Compreendendo as crianças indisciplinadas

É preciso diferenciar a indisciplina em dois tipos de transgressão de regra: as de natureza moral e as convencionais.

A primeira se refere aos princípios éticos, que visam o bem comum, e por isso valem para todas instituições e qualquer situação, como não bater, xingar ou mentir.

Já as convencionais variam de escola para escola. Tem a ver com o uso de celular, uniforme ou boné. É importante distinguir para saber como lidar com o problema.

Não importa o ambiente, é necessário sempre fazer com que as regras sejam preservadas. Isso permite uma melhor convivência dos que estão inseridos no ambiente. Quando existem atos indisciplinados, os motivos podem ser variados. Antes de julgar, então, é necessário conhecer o contexto que a criança vive.

O estudante se comporta da mesma forma em todas as aulas? Como é o ambiente familiar? Como ele lida com suas próprias emoções? Tudo isso pode influenciar diretamente no comportamento dos alunos.

Bom convívio entre sala de aula é imprescindível para o aprendizado. Reprodução.

Brigar, gritar ou somente repreender não é o melhor caminho para enfrentar o problema. A tentativa deve ser de estabelecer uma relação de respeito, na qual o aluno e o adulto criem um vínculo de confiança e admiração mútuos. Isso ajuda a mudar o comportamento das crianças.

Evitando a indisciplina escolar

É necessário ter bastante claro quais são as regras e quais são os combinados em sala de aula. É necessário não criar metas impossíveis de serem atingidas, como silêncio total durante a aula, por exemplo.

No entanto, criar hábitos para não usarem bonés e usarem sempre o uniforme, é plenamente possível.

Com as regras claras, eles ficarão sempre cientes da lógica de convivência assim como do papel que devem desempenhar. Envolver os próprios estudantes na elaboração de algumas regras pode também ajudar em um melhor engajamento, dessa forma se sentem mais envolvidos e valorizados.

Assim os alunos podem entender os motivos das regras e a importância de segui-las. Sem elas, a convivência em grupo fica prejudicada. É importante também elaborar atividades educativas e lúdicas que ensinem sobre bons hábitos.

Já a família deve estar sempre atenta ao comportamento. Devem sempre conversar sobre o dia a dia escolar e identificar possíveis questões emocionais que podem perturbá-los. Em casa, os alunos devem sentir-se confortáveis para desabafar sobre seus sentimentos e opiniões em relação ao que vivenciou na escola.

Veja também: Como lidar com a indisciplina escolar com a ajuda dos pais

A existência de um canal de comunicação fácil com a escola, pode fazer com que os responsáveis e professores passem a atuar em conjunto, aumentando as chances de sucesso. E aí, o que achou das dicas? Quais as experiências que já viveram em suas escolas? Conte-nos nos comentários.

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