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TUDO que a sua escola precisa saber para a volta às aulas pós-quarentena

Hora de voltar às aulas. Voltar ao normal. Mas o que seria este “normal”? As coisas mudaram (e ainda estão mudando) e ninguém realmente sabe ainda como será o amanhã. O que muitos podem e estão fazendo é se preparar para este “novo normal” da melhor maneira possível, seguindo mínimas regras de segurança e distanciamento físico, em prol da saúde de todos.

Escolas de todo o país se preparam para esta volta, cada uma em sua data, de acordo com as determinações dos governos estaduais, mas já cientes dos desafios que as esperam neste recomeço.

Em São Paulo, por exemplo, a data marcada é 08 de setembro e uma cartilha explicativa com os procedimentos básicos de segurança já foi espalhada e divulgada para ajudar a conter o avanço da Covid-19 nas escolas.

Em outras regiões, essa volta física pode se dar ainda em julho ou agosto e cada instituição está se preparando para receber os colaboradores e estudantes com todo o cuidado possível.

Algumas contrataram consultorias médicas externas e outras optaram por oferecer serviços de psicólogos e terapeutas para lidar também com os efeitos psicológicos de toda a pandemia.

Entrevistamos algumas gestoras de escolas para saber como estão lidando com a situação e quais procedimentos tomaram (ou vão tomar) para este retorno. Mas em todos os casos, existem algumas regras essenciais que qualquer escola – de qualquer parte do mundo – deve seguir para garantir o mínimo de segurança.

Cinco passos obrigatórios

Higiene pessoal: É necessário promover a cultura de atenção aos procedimentos de limpeza pessoal

Comunicação : Toda escola precisa garantir que funcionários e estudantes conheçam os riscos e os procedimentos adotados

Distanciamento social: É obrigatório reduzir a aproximação e evitar o contato entre as pessoas

Sanitização dos ambientes: Limpeza é primordial. Todas as escolas precisam facilitar e aumentar a ventilação e a sanitização correta de todos os seus ambientes

Monitoramento: Sem fiscalização, não se pode garantir o cumprimento das normas. É preciso estar sempre alerta para que todas as medidas sejam feitas corretamente e corrigir, caso não estejam sendo seguidas

Formas de lidar com o novo normal

Maria Clotilde Campos, diretora do Colégio Batista de Brasília, é uma das gestoras que aguarda o ok do governo para reabrir as portas e acredita que isso pode se dar em agosto. Seu planejamento inclui a volta de algumas turmas antes das outras, com grande possibilidade de priorizar o ensino médio e o fundamental II.

A ideia inicial é finalizar o segundo bimestre ainda à distância e cumprir o terceiro e quarto presencialmente, mas de forma híbrida (aulas virtuais e físicas).

Em sua opinião, o ensino híbrido será a grande novidade deste retorno e a adaptação uma necessidade. “Inicialmente não foi fácil. Cada família exigia um modelo, até que nos organizamos de uma forma em que conseguimos oferecer materiais de qualidade numa plataforma do sistema de ensino que adotamos e as aulas interativas em outra plataforma e assim vem funcionando

Já estamos prontos para seguir os protocolos de segurança como higienização, uso obrigatório de máscaras e rodízio de horários para diminuir o fluxo de alunos, de acordo com todas as recomendações dos órgãos competentes

Maria Clotilde Campos, diretora do Colégio Batista

Em sua opinião, o ensino híbrido será a grande novidade deste retorno e a adaptação uma necessidade. “Inicialmente não foi fácil. Cada família exigia um modelo, até que nos organizamos de uma forma em que conseguimos oferecer materiais de qualidade numa plataforma do sistema de ensino que adotamos e as aulas interativas em outra plataforma e assim vem funcionando

O Colégio Monteiro Lobato, em Porto Alegre, pretende reabrir as suas portas em agosto e possui um elaborado plano de contingência sobre procedimentos e normas de segurança para esta volta às aulas. Segundo Luciana Castro, supervisora de comunicação, o plano inicial da escola é reabrir no dia 15 de agosto, mas se precisarem antecipar, estarão já prontos no dia 1º.

Vamos começar com a abertura para as crianças da educação infantil, que foi o grupo que mais sofreu. Será totalmente presencial. O primeiro ano do fundamental I também será 100% presencial neste início. Vamos liberar a entrada de apenas 30% dos nossos alunos para evitar aglomerações e ver como tudo se encaminha. Também faremos escalonamento de horários. Tudo com monitoramento, higienização e restrição

Luciana Castro, supervisora de comunicação do Colégio Monteiro Lobato

O ensino na escola será híbrido do fundamental II ao ensino médio, com parte presencial e parte remota.

Sobre o andamento da grade curricular da escola, Luciana explica que todas as medidas possíveis foram tomadas e que o ensino remoto funcionou e que quanto mais velhos os alunos, mais fácil foi esse processo.

Nos adaptamos ao mundo virtual e encontramos plataformas adequadas para as aulas e envio das atividades. Deu tudo certo, mas o ensino remoto não chega nem perto do presencial em relação ao rendimento dos alunos. Nós sabemos desse déficit e que perdas ocorreram, mas o currículo mínimo foi entregue. No início foi muito difícil, por conta das cobranças das famílias e a falta de confiança de que funcionaria, mas conseguimos superar as dificuldades e foi um grande aprendizado para todos

Luciana Castro, supervisora de comunicação do Colégio Monteiro Lobato

Cuidados especiais com apoio tecnológico

Sobre as questões de saúde, a supervisora traz muitas informações relevantes que podem ajudar escolas por todo o país a se prepararem para o retorno físico. “Criamos uma comissão disciplinar sobre a Covid e contratamos uma curadoria médica para nos orientar sobre todos os procedimentos necessários. A maioria das escolas de Porto Alegre está fazendo isso. Vamos recomeçar como se deve, com a escola toda sinalizada adequadamente, os professores e funcionários capacitados e todos os protocolos definidos e prontos para sendo cumpridos”, antecipa.

Uma das iniciativas mais interessantes que a equipe do Monteiro Lobato tomou foi a contratação de uma plataforma para check up dos alunos, professores e funcionários antes de irem para a escola. Segundo Luciana, todos precisam – obrigatoriamente – acessar o site antes de saírem de casa.

O objetivo é informar como estão de saúde. Se estão bem, se tem algum incômodo, dor, febre, tosse, mal estar etc. Depois de preencher os dados, o site mostra um sinal verde ou vermelho para a pessoa. Se for verde, ela pode ir. Se for vermelho, deve ficar em casa.

Os responsáveis da escola monitoram essas respostas do site e informam aos outros. Também teremos uma pessoa na porta para medir as temperaturas de cada um, conferir se estão com máscaras e passar álcool em gel antes de entrar. Também vamos usar o procedimento de troca de sapatos (um para a rua e outro para a escola) e os tropés

Luciana Castro, supervisora de comunicação do Colégio Monteiro Lobato

Outro procedimento foi a ampliação da enfermaria da escola e a abertura de uma sala de isolamento, próxima à saída, para casos que forem considerados suspeitos de Covid-19, pois uma criança ou adulto pode estar bem antes de sair de casa e só se sentir mal depois de algum tempo. Tudo será repassado à curadoria médica, que repassará à Secretaria de Estado da Saúde, caso haja algo a reportar.

Mas nossas ações vão além. Teremos barreiras acrílicas dentro das salas de aula, que por sinal só poderão ter oito alunos de cada vez para cumprir com a norma de um metro e meio de distanciamento. Também sinalizamos tudo e vamos liberar o fluxo de ‘mão única’ nos corredores, portarias, escadas e espaços comuns para evitar os contatos

Luciana Castro, supervisora de comunicação do Colégio Monteiro Lobato

Além de todas essas medidas, um dos principais trunfos na opinião de Luciana é o uso constante do aplicativo escolar para disseminar as informações, manter todos os públicos da comunidade escolar informados de tudo e ajudar a coletar dados importantes. “Evitar abraços, contatos, não compartilhar materiais, usar sempre as máscaras, respeitar e seguir a sinalização corretamente, higienizar e sanitizar os ambientes constantemente. Essas são algumas das comunicações que já estão prontas para serem compartilhadas”.

Drive da saudades e outras ações de carinho

Outra escola que está com seus protocolos e procedimentos em dia é o Colégio EAG de São Paulo. A escola manteve firme o seu plano durante a quarentena, com aulas 100% ao vivo e nos mesmos horários que costumavam ser as presenciais, e já está preparada para a volta no formato híbrido, modelo que deverá ser adotado pela maioria das escolas a partir de agora.

A rotina para toda família é essencial para o equilíbrio emocional e, pensando nisso, mantivemos nossas aulas seguindo o mesmo horário das aulas presenciais. No início, como toda adaptação, precisamos de um tempo para nos acostumar e continuar no mesmo rítmo da escola. Vimos também a importância de não antecipar as férias, já que não seriam benéficas aos alunos, gerando uma desorganização cerebral. Quando voltarmos ao novo normal, iremos trabalhar com o ensino híbrido ou semipresencial por muito tempo

Elisabeth A.G. Rodriguez, gestora geral do Colégio EAG

Elisabeth explica que houve um alto engajamento dos alunos e das famílias durante o afastamento e recebeu até elogios de alguns pais, como este: “Só tenho a agradecer ao EAG essa resolução em dar as aulas online nesse período tão inseguro e difícil que estamos enfrentando. Observei o empenho e dedicação dos professores em honrar sua profissão ensinando de forma tão profissional”, diz Márcia Maria, mãe de um aluno do Colégio.

Nesta volta, além de um detalhado protocolo de medidas de prevenção, orientado pela OMS (Organização Mundial de Saúde) a escola decidiu manter as reuniões e eventos online, assim como as tradicionais “visitas” de novos pais. O colégio adotou uma série de medidas coletivas de prevenção e proteção em seus ambientes institucionais, criou regras de limpeza e sanitização do ambiente escolar e também do comprometimento escolar e familiar ao plano de contingência. Todos os envolvidos vão receber informações detalhadas e treinamento especial.

Só tenho a agradecer ao EAG essa resolução em dar as aulas online nesse período tão inseguro e difícil que estamos enfrentando. Observei o empenho e dedicação dos professores em honrar sua profissão ensinando de forma tão profissional

Márcia Maria, mãe de um aluno do Colégio EAG

Nesta volta, além de um detalhado protocolo de medidas de prevenção, orientado pela OMS (Organização Mundial de Saúde) a escola decidiu manter as reuniões e eventos online, assim como as tradicionais “visitas” de novos pais. O colégio adotou uma série de medidas coletivas de prevenção e proteção em seus ambientes institucionais, criou regras de limpeza e sanitização do ambiente escolar e também do comprometimento escolar e familiar ao plano de contingência. Todos os envolvidos vão receber informações detalhadas e treinamento especial.

Veja também outros materiais de comunicação informativa da OMS sobre a Covid-19.

Ações diferenciadas para encantar as famílias

Durante a pandemia, o Colégio EAG realizou algumas importantes ações para minimizar os efeitos do afastamento social e facilitar a transição para os alunos seus pais. Seguem algumas delas para você se espelhar e manter também após a volta às aulas:

Psicologia positiva – o foco era analisar os comportamentos e acontecimentos do dia a dia e ver como isso influencia o cérebro, podendo levar ao sucesso ou a depressão. A escola trabalhou com a Psicologia Positiva e trouxe a cada semana atividades, eventos, dinâmicas, estratégias e recursos novos que pudessem gerar sensações de prazer e alívio em relação aos aspectos negativos do período. Escutaram e analisaram as situações para solucionar as dores e os profissionais foram orientados e capacitados para atender os alunos e oferecer a eles injeções de ânimo, aconchego, parceria, amor e respeito.

Coach emocional – o EAG fez uma parceria para receber orientação profissional que trouxe recursos para serem aplicados em situações de conflito. Houve casos de aconselhamento familiar, de como lidar com o luto e também de como lidar com o “eu” na situação d nova dinâmica de isolamento em casa, entre outros pontos.

Vídeo das aulas – durante o período de adaptação, os alunos tiveram acesso às aulas pelo canal de Youtube do Colégio.

Rede de pais autônomos – logo no início da quarentena, em março, o EAG abriu um canal para divulgar divulgar o trabalho de pais que trabalham como autônomos e tiveram baixa em seus rendimentos. Foi uma iniciativa pioneira no país.

FAQ excluivo para pais e alunos – houve um aprimoramento na comunicação para deixá-la mais clara e fácil, com a criação de um questionário de perguntas e respostas mais frequentes, para tornar o atendimento mais ágil. Todos os departamentos ajustaram suas informações para que as respostas mostrassem honestidade e parceria em prol de um mesmo objetivo.

Pesquisa de satisfação – foi essencial para a equipe do colégio fazer a pesquisa de satisfação, pois por meio dela puderam alinhar os processos, solucionar problemas e aprimorar ou inovar em diversos pontos.

Drive da saudade – a escola realizou uma ação de carinho e aconchego – com grande sucesso -, seguindo todos os protocolos de saúde e segurança. Em um dia marcado no final de junho, pais e alunos foram de carro receber um presente feito pelo Colégio, entregue no estilo drive. “Nosso objetivo principal era manter a conexão com os alunos e comemorar o sucesso do período de aulas online, com o início das férias escolares, cumprindo o cronograma normal do ano letivo. Cada aluno recebeu um ‘abraço’, feito em pelúcia, para que os acompanhasse durante as férias.para que pudessem ficar com o nosso abraço”, conta Elisabeth.

Gostou das dicas e exemplos de como as escolas estão lidando com o retorno às aulas? Se sim, temos muitos outros artigos que possam te interessar também:

Aulas pós-quarentena: Como está o cenário de retomada no mundo?

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Ariany Silva

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