Experiências

Os 5 maiores desafios da educação básica e as maneiras de solucioná-los

Apesar dos inúmeros caminhos sugeridos para a educação básica brasileira, o consenso que emerge entre educadores, pais e estudantes é único: a educação no país está em crise.

Os números provam as falhas. Mais de 60% dos alunos do quinto ano não conseguem interpretar textos simples, tampouco fazer cálculos matemáticos básicos.

São tantos os motivos para a esse problema educacional que começa em casa com a falta de autoridade dos pais sobre os filhos e a transferência de responsabilidade da educação informal para a escola e a falta de recursos desta.

Mas como de nada adianta viver lamentando de situações sem que algo para melhorá-la seja feito, listamos neste post 5 ações que podem ajudar a solucionar os desafios que hoje encontramos na educação básica de nosso país. Confira!

Falta de investimentos generalizados

Melhoria da educação básica resultaria em um país melhor pra todos. Reprodução.

Muitos alunos numa única sala, sem estrutura, passando poucas horas e professores mal remunerados. A solução seria um investimento maciço em escolas preparadas com laboratórios, computadores, bibliotecas e aumento salarial para os professores, mas com um programa de educação continuada a eles.

Os países mais desenvolvidos são justamente aqueles que mais investem em educação.

Mais acesso à escola e mais participação das famílias

A meta inicial do Plano Nacional de Educação (PNE) previa que crianças de 0 a 3 anos de idade deviam ter acesso à creche e escolas, mas não foi atingida em 2010, data final da meta, postergada para 2020. O déficit é tão grande que apenas 23,5% das crianças estão matriculadas nas creches. Entretanto, a solução não é apenas aumentar o número de vagas, mas garantir que haja qualidade no ensino.

A realidade das escolas particulares é melhor. No entanto, quando o assunto é parceria entre família e escola, o desafio é o mesmo para todos os tipos de escolas.

Estudos comprovam que o nível de envolvimento das famílias nos estudos tem total impacto no comportamento dos alunos em sala de aula. Veja aqui como medir esse nível de engajamento. 

É claro que sua escola não tem o controle sobre o quanto os pais vão participar, mas ela pode sim estimular este relacionamento.

Isso começa com uma comunicação escolar bem trabalhada, que permite que os pais fiquem cientes de tudo que acontece na escola e se sentem convidados a participar.

O trabalho de conscientização também é necessário. A maioria dos pais não tem noção do peso que têm no comportamento dos filhos. Alguns acham que só de colocarem em uma boa escola, é suficiente.

Mas, na prática, o envolvimento das famílias com a escola é imprescindível. Veja aqui como fortalecer a parceria entre pais e escola. 

Carga horária x vagas

O brasileiro passa pouco tempo nos bancos escolares durante sua vida como aluno. Ao contrário da maioria dos países desenvolvidos, onde o aluno fica tempo integral. É preciso que a carga mínima de 800 horas anuais seja cumprida, distribuída em 200 dias letivos. Isso asseguraria tempo para trabalhos escolares e plano de desenvolvimento.

Fortalecimento da escola pública

Inclusão de alunos com deficiência, tratamento à diversidade em todas as suas esferas e organização da grade curricular. O fortalecimento da escola pública nestes (e outros) aspectos passa por uma gestão participativa e democrática. Neste modelo, os pais participam da vida escolar dos filhos com voz ativa. Num modelo baseado na parceria escola-comunidade e o gestor passa a ouvir opiniões e sugestões.

Modelo distorcido de formação de docentes

França e Alemanha têm instituições dedicadas exclusivamente à formação de professores. No Brasil, o professor aprende o conteúdo que precisa ensinar (como Português, Geografia e História), mas não aprende especificamente didática e pedagogia.

Outro agravante é que o professor aprende dar aula e trabalhar com um modelo específico de aluno, considerado o ideal, longe da realidade heterogênea e diversificada tanto cultura, quanto social e econômica que estamos inseridos.

Criação de institutos dedicados à formação de professores, programas de educação continuada e certificada, com avaliação constante deste aprendizado e um novo currículo dos docentes estão entre os caminhos para reverter este modelo distorcido atualmente empregado.

Diferente das necessidades da década passada, a educação de hoje enfrenta outros desafios. Existem hoje vários tipos de carreiras que sequer eram conhecidas.

Muito do que já foi feito em países desenvolvidos sequer começou no Brasil. Porém, toda e qualquer mudança passa pelo engajamento da sociedade no assunto.

Neste artigo, discutimos de uma forma mais ampla sobre o modelo de escola que devemos perseguir. Sua escola prepara os alunos para as provas ou para a vida?

O que você acha sobre essas formas de melhorar a educação em nosso país? Possui alguma outra ideia que poderia contribuir? Deixe seu comentário contando pra gente e participe dessa conversa!

Escola em Movimento

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  • Emilio Souza Lima says:

    Eu acredito fortemente na necessidade de atacar com força esses problemas. Sendo pai de 3 filhas matriculadas em escola publicas, sei muito bem o que significa a presença dos pais numa reunião de escola. As escolas que mais funcionam tem os pais atuantes, mais próximos da direção escolar. Os professores sentem-se motivados com isso, pois , a presença dos pais denota a importância que estes dão à educação e isso tem relação direta com quem faz a educação: o professor. Mas eu também já me deparei com escolas em que a direção era refratária à presença dos pais no ambiente escolar, salvo para fazer doações. Isso causou problemas graves para o corpo docente e inclusive para a direção da escola. Uma escola em que os pais não são impelidos a participar reflete muito na qualidade de ensino, assim com na estrutura física da escola que estava sempre pouco cuidada. Mas o que mais me chama a atenção nisso tudo, é a dificuldade no entendimento de que os administradores públicos e/ou os fornecedores do serviço de educação (prefeitos e vereadores) não fazem uso daquilo que administram ou fornecem, dai a falta de qualidade com a instituição escola pública. O meso raciocínio serve para os Hospitais e postos de Saúde!

    • Escola em Movimento says:

      excelente, ponto, Emilio. E ficamos felizes em saber que é tão ativo na educação das filhas. Continue participando e se engajando, isso faz a diferença!

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