Experiências

Tecnologia na escola: smartphones são vilões ou mocinhos?

Uma decisão tomada pela França repercutiu entre educadores no Brasil gerando bastante reflexão. Eles decidiram proibir os alunos de levarem seus celulares para a escola, mesmo que desligados.

No Brasil, algumas escolas usam os celulares como aliados na educação, outras já preferem deixá-lo de lado, por acharem que o uso dos aparelhos atrapalha o aprendizado.

Não existe consenso entre os especialistas sobre o assunto, mas vamos neste post levantar algumas informações importantes que podem ajudar sua escola a tomar as melhores decisões.

Ajudar alunos a moderarem uso da tecnologia é necessário

O uso indiscriminado das tecnologias já começa a causar alguns efeitos entre os mais jovens.

Jovens que cresceram na era dos smartphones, isto é, nascidos após 1995, estão menos preparados para a vida adulta, segundo pesquisa realizada nos Estados Unidos.

Estes jovens vêm vivendo processo de amadurecimento mais lento, e são menos propensos a dirigir, sair e trabalhar.

As conclusões do estudo estão no recém publicado livro  iGen: Why Today’s Super-Connected Kids are Growing up Less Rebellious, More Tolerant, Less Happy – and Completely Unprepared for Adulthood (iGen: Por que as crianças superconectadas estão crescendo menos rebeldes, mais tolerantes, menos felizes – e completamente despreparadas para a vida adulta).

A investigação é baseada em uma pesquisa feita com 11 milhões de jovens americanos.

Segundo o autor do estudo, em entrevista à BBC, há uma relação neste problema com a superconectividade desta geração, que passa aproximadamente seis horas por dia na internet, jogando jogos online e trocando mensagens em redes sociais.

Segundo o pesquisador, quanto mais tempo o jovem passa na frente do computador, maiores os níveis de infelicidade. Esta geração sofre com altos índices de ansiedade, depressão e solidão. E, entre as meninas, a taxa de suicídio triplicou. Preocupante, não?

Tendo em vista estas informações e sabendo que tendências semelhantes vêm sendo observadas no Brasil, como as escolas e os pais podem atuar para reverter o cenário? Como ajudar alunos a mudarem estes hábitos?

As escolas podem e devem discutir o assunto para encontrar as soluções mais adequadas para o contexto que está inserida.

Tecnologia na escola como aliada – não como base de tudo

Como sabemos, nada que é em excesso é positivo para a nossa vida. O mesmo acontece com o uso da tecnologia.

Mas, com o ritmo rápido das mudanças no mundo, talvez não tenhamos nos preparado corretamente para essas transformações.

Mais do que isso, como educadores não nos preparamos para ajudar alunos a lidarem com essas mudanças.

Passar a maior parte do dia usando tecnologia não é mesmo algo saudável. As escolas, em parceria com os pais, devem incentivar um uso moderado dos smartphones, tablets, e computadores.

Reprodução: Simpsons.

É impossível abrir mão da tecnologia, até porque ela existe para melhorar e facilitar a nossa vida. Várias ações do nosso dia a dia são facilitadas. Como muitos já não ficam mais em filas de banco, conseguem matar a saudade de parentes distantes e até trabalhar de casa, entre outros infinitos benefícios.

O aprendizado fica muito mais fácil com todas as inovações e conteúdos trazidos pela tecnologia, e as escolas devem aproveitar todas essas possibilidades para potencializar o aprendizado.

Prática de esportes, leitura, e convívio com amigos – presencialmente, não na rede social – devem também ser incentivados. A inteligência emocional dos alunos é algo que as escolas não costumam se preocupar muito, mas a realidade mostra que é hora de levar os assuntos da mente mais a sério.

E ter um uso consciente da tecnologia certamente é uma das premissas para saúde mental das crianças e jovens.

A tecnologia definitivamente é algo que vem para melhorar nossa vida, mesmo assim, ela deve ser usada com responsabilidade. Aí que entra o papel de adultos a ajudar alunos a usarem da forma correta.

Importância do exemplo: Não mais que 4 horas por dia conectado

De acordo com matéria do jornal inglês The Telegraph, estudo divulgado pela Public Health England apontou que crianças que passam mais de quatro horas conectadas diariamente correm mais riscos de problemas sociais, estando mais propensas a sofrer depressão, ansiedade e baixa autoestima.

Então é imprescindível controlar o uso da tecnologia e não deixar passar do limite de uso.

Uso da internet por crianças no Brasil

Entre 6 e 9 anos:

62% participam do mundo digital (Ex: Club Penguin, Webkinz etc.)

54% estão no Facebook, mesmo que a idade mínima seja de 13 anos

15% se comunicam por meio de mensagens instantâneas

21% usam e-mail

Entre 3 e 5 anos:

76% sabem ligar um computador ou tablet

73% jogam on-line

42% sabem abrir um navegador

42% sabem usar um smartphone

43% conseguem escrever o próprio nome

31% sabem o endereço de casa

15% sabem nadar

Fonte: Digital Diaries — AVG Technologies

É importante, ao falar para as crianças e jovens moderarem o uso, que os adultos deem exemplos. Hoje já é comum adultos que passam muito tempo no smartphone, então, neste caso, ficaria impossível cobrar dos jovens o contrário.


Abrir mão da tecnologia na escola é retrocesso: use-a seu favor

Dosar é bem diferente de proibir totalmente. Dentro da escola, sua escola pode ou não optar pelo uso dos smartphones, isso depende muito da cultura e do modo de ensinar. Fora de casa, os smartphones, se bem usados, podem ajudar a potencializar o aprendizado. Aplicativos como o Duolingo ajudam muito no aprendizado no inglês. O Khan Academy também traz conteúdos incríveis para ajudar no desenvolvimento dos estudantes, entre outros sites e aplicativos.

A tecnologia pode também ajudar na comunicação, fazendo com que os alunos e pais se engajem mais com a instituição. Quando uma escola implementa um app como o da Escola em Movimento em sua comunicação, é comum alguns pais pensarem que estarão mais distantes, por conta da tecnologia.

No entanto, a prática mostra o contrário. As escolas que usam o app para se comunicar com os pais ou alunos se dão bem porque conseguem aumentar o engajamento. Cria-se um canal de diálogo e troca de informações que até então não existia.

Além dos 700 mil responsáveis usando, 90 mil alunos também utilizam o aplicativo como usuários, ou seja, recebem conteúdos, avisos e recados pelo app da instituição.

Pelo app, a comunicação é realmente direta. Só são compartilhadas as informações fundamentais, ao contrário do que ocorre normalmente em grupos de whatsapp e nas redes sociais.

Ao ter uma comunicação institucionalizada, as chances de ter um uso inteligente da tecnologia aumentam. Afinal, ninguém vai passar horas do dia no app da escola.

Sem contar que usando o aplicativo a escola tem um canal de diálogo com os alunos mesmo quando eles não estão presencialmente na instituição. Os benefícios disso podem ser muitos, como um menor índice de esquecimento das datas de prova e tarefas.

Para leitura, o uso de aparelhos como o Kindle, por exemplo, ajudam, já que nele somente é possível ler, sem ter acesso a nenhuma rede social.

Na sua escola, optam pelo uso indiscriminado da tecnologia ou pensam em moderar? Otimizam a comunicação com os pais ou ainda usam whatsapp e papel para a comunicação?

 

Escola em Movimento

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